Diferentes Ursos

 

Urso-Polar

O urso-polar (Ursus maritimus), também conhecido como urso-branco, é um mamífero membro da família dos Ursídeos, típico e nativo da região do Ártico e atualmente um dos maiores carnívoros terrestres conhecidos. Dentre todos os ursos, este é o que mais se alimenta de carne.

Fáceis de tratar, são um dos animais mais populares nos jardins zoológicos.O primeiro zoológico americano, inaugurado na Filadélfia em 1859 tinha um urso-polar como uma de suas atrações.

Classificação

Phipps (1774) foi o primeiro a descrever este animal como sendo uma espécie distinta: Thalarctos maritimus (Phipps, 1774). Outros nomes genéricos foram depois propostos tais como Thalassarctos, Thalarctos e também Thalatarctos. Tendo como base factos relativos ao cruzamento de ursos-pardos com ursos-polares, em jardins zoológicos, foi estabelecido o nome maritimus para esta espécie. Mais tarde, devido a interpretações paleontológicas e evolutivas, foi proposto por Kurtén (1964), a integração de Phipps (1774), como a autoridade da espécie. Finalmente, o nome Ursus maritimus passou a ser utilizado até aos nossos dias, devido a promoção feita por Harrington (1966), Manning (1971) e Wilson (1976).

 

Acredita-se que os procionídeos e os ursídeos se ramificaram há cerca de 30 milhões de anos. O urso-de-óculos formou um ramo a parte em torno de 13 milhões de anos atrás. As seis espécies atuais do gênero Ursus se originaram há estimados 6 milhões de anos. O urso-pardo e o urso-polar divergiram de um ancestral comum há cerca de 2 milhões de anos e o cruzamento entre as duas espécies gera descendentes férteis. A perda de dentes molares típicos do urso-pardo se deu há 10 ou 20 mil anos. O fato de gerar híbridos férteis pode levar à conclusão que o urso-polar é uma subespécie do urso-pardo.

A maioria dos cientistas não reconhece subespécies de urso-polar.[2] O IUCN/SSC Polar Bear Specialist Group (PBSG) contabiliza 20 grupos populacionais, enquanto outros cientistas[quem?] apontam seis grupos: Mar de Chukchi, Ilha de Wrangel Island e Alaska ocidental; Mar de Beaufort; Arquipélago Ártico Canadense; Groenlândia; Terra de Spitzbergen-Franz Josef; e Sibéria. Algumas fontes[quem?] consideram haver duas subespécies: Ursus maritimus maritimus e Ursus maritimus marinus.

Aparência

Ursus maritinus.jpg
 

Os machos desta espécie têm cerca de 300 a 400 kg, mas podem atingir 700 kg e medem até 3,00 m. As fêmeas são em média bem menores, com 200 a 300 kg de massa e 2,10 m de comprimento. Ao nascer o filhote tem 0,6 a 0,7 kg. A camada de gordura subcutânea pode chegar a uma espessura de 15 cm.

Todo o seu corpo é adaptado para melhor desempenho na água e para o frio. Tanto as orelhas quantos os olhos são pequenos e arredondados. As patas dianteiras são largas para facilitar o nado e o mergulho e as patas posteriores têm 5 dedos. O crânio e o pescoço são alongados. Não há boça sobre os ombros. Todas essas adaptações proporcionam-lhes um maior hidrodinamismo que facilita a natação. A pele e o focinho são pretos. As solas dos pés têm papilas e vacúolos que auxiliam a caminhada sobre o gelo.

A pelagem dos ursos-polares apesar de parecer branca, é incolor e quando os raios solares incidem em sua pele da a coloração branca e amarelada. Cobre todo o corpo, inclusive a planta das patas, como isolamento do frio. É composta por uma densa camada de subpelo (cerca de 5 cm de comprimento) e uma camada de pêlos externos (15 cm). O fio individual é trasparente e oco, mas não apresenta propriedades de fibra óptica, como afirma uma lenda urbana. No verão a pelagem se torna amarelada, talvez devido à oxidação produzida pelo sol. Ao contrário dos demais mamíferos árticos, os ursos-polares não sofrem processo de muda sazonal. Os pêlos nas solas das patas são duros e proporcionam excelente isolamento térmico e tração sobre a neve. O isolamento térmico proporcionado pela pelagem geral é tão eficiente que torna o animal praticamente invisível a detectores infravermelhos. Acima de 10 °C, contudo, isto pode levar ao sobre-aquecimento do animal. Outra característica de sua pelagem é não refletir a luz ultravioleta.

Alguns animais cativos, expostos a climas quentes e úmidos, desenvolvem uma cor verde graças a algas que crescem em seus pêlos ocos. Tais algas não são nocivas ao animal e são eliminadas com banhos de água oxigenada ou sal.

Distribuição

 
 
 
Uma fêmea e um filhote em Svalbard, território da Noruega.
 
 
 
O urso-polar é um animal do hemisfério norte que habita o círculo polar ártico. Ele pode ser encontrado no Alasca, no Canadá, na Groenlândia, na Rússia e no arquipélago norueguês de Svalbard. O habitat natural do animal é a camada fina de gelo, onde lhe é possível caçar focas. Ele é perfeitamente apto à vida no gelo, sendo encontrado durante o inverno nos mares congelados de Chukchi e Beaufort ao norte do Alasca, mares Siberiano Oriental, de Laptev e de Kara na Rússia e no mar de Barents ao norte da Europa. São comuns também na porção norte do mar da Groenlândia, na baía de Baffin e em todo o arquipélago Ártico Canadense. Apesar de seus números diminuírem a partir do paralelo 88°, os ursos-polares podem ser encontrados virtualmente em todo o Ártico.

 

Hábitos

 
Dois ursos-polares se enfrentando. As lutas geralmente são encenadas.

 

Esta espécie concentra-se junto à costa uma vez que depende das águas para encontrar as suas presas. Os ursos-polares são excelentes nadadores e podem percorrer até 80 km sem descanso. Alguns animais migram desta forma do Norte para o Sul seguindo as margens das geleiras mas podem deslocar-se também por terra firme. O urso-polar é um animal de hábitos diurnos e caráter solitário, que não forma outros laços familiares que não seja entre fêmeas e suas crias.

Os machos adultos, como todos os outros ursos, podem atacar e matar filhotes. As fêmeas os defendem mesmo um macho medindo em média o dobro de seu tamanho. Aos seis meses de idade, um filhote é capaz de fugir correndo de um adulto.

Os territórios, muitas vezes enormes, não são defendidos. Apesar de não serem sociais, os ursos são capazes, contudo, de dividir uma carcaça de baleia sem maiores conflitos.

Devido à abundância de comida mesmo durante o inverno, o urso-polar não hiberna no sentido estrito da palavra. Ele entra em um estado de dormência, no qual sua temperatura corpórea não cai, passando a subsistir de suas reservas de gordura corporal.

Os ursos-polares são animais muito preocupados com a própria higiene. Após cada refeição, eles dedicam cerca de 15 minutos para eliminar a sujeira. Para se limpar eles usam as patas, a língua, água ou neve. Isto se deve ao fato de que a sujeira interfere com a capacidade de isolamento térmico da pelagem.

Reprodução

 
Uma mãe e seus dois filhotes.

 

Os ursos-polares acasalam entre os meses de março e junho, com implantação diferida dos óvulos fecundados, de modo que o período de gestação se torna muito longo, entre 200 a 265 dias, variando de acordo com as condições ambientais.

As crias nascem entre novembro e janeiro, no abrigo invernal construído pela fêmea, e não se separam da mãe até completarem dois anos de idade. Nascem cegas e pesando muito pouco em relação ao peso adulto, sendo um dos filhotes menos desenvolvidos dos mamíferos eutérios.

Os machos possuem um osso em seu pênis devido a necessidade de maior resistência, já que a relação sexual pode durar cerca de 24 horas.

 
Filhotes de urso-polar.

 

As fêmeas têm quatro mamas funcionais ao passo que as outras ursas apresentam seis. Podem gerar até quatro filhotes por gestação, ainda que a média seja de duas crias.

As fêmeas estão aptas à reprodução uma vez a cada três anos, sendo um dos mamíferos com menor capacidade reprodutiva. É esperado que a ursa-polar tenha apenas cinco ninhadas em sua vida.

Atingem a maturidade sexual entre os 4 e 6 anos e em condições naturais, vivem em média de 15 a 18 anos. Alguns animais selvagens marcados tinham um pouco mais de 30 anos. Um espécime do zôo de Londres morreu aos 41 anos.

Alimentação

De todos os ursos, o urso-polar é o que mais restritamente carnívoro. A dentição lembra mais a de carnívoros aquáticos do que outros ursos. Sua principal presa é a foca (em especial a foca-anelada), a qual tenta capturar quando estas emergem em buracos no gelo para respirar. Sua taxa de sucesso, contudo, é baixa. Só 5% das tentativas são exitosas. Um urso experiente captura uma foca a cada cinco dias, o que lhe proporciona energia suficiente por 11 dias. Além do método de tocaia, o urso-polar emprega também o método de perseguição para caçar, aproximando muito lentamente da vítima e disparando nos 15 m finais, a uma velocidade de até 55 km/h.

 
Um urso busca comida em uma praia rochosa.

 

Alimenta-se também de aves, roedores, moluscos, caranguejos, morsas e belugas. Ocasionalmente caça bois-almiscarados e até mesmo, ainda que raro, outro urso-polar.

Oportunista, a espécie pode comer carniça (como baleias encalhadas) e materia vegetal, como raízes e bagas no final do verão. No depósito de lixo em Churchill, Manitoba, foram observados comendo, entre outras coisas, graxa e óleo de motor.

O urso-polar é um nadador e um corredor capaz, o que o torna um caçador eficiente tanto na água quanto na terra firme.

Esta espécie é extremamente perigosa para o homem, que encara como presa, especialmente se não houver abundância dos seus alimentos habituais. Na Ilha de Baffin, por exemplo, os geólogos fazem trabalho de campo armados de caçadeiras como medida de proteção contra os ursos-polares.

Ao contrário da crença disseminada, nunca foi observado que o urso-polar, em busca da camuflagem perfeita, esconda o focinho quando está caçando.

Conservação

 
Selo Soviético de 1987 com símbolo da WWF.

 

O urso-polar é citado pela CITES sob baixo risco de extinção. Contudo alguns fatores podem mudar esta situação para pior.

O encolhimento das camadas de gelo e o prolongamento do verão vêm obrigando os ursos-polares a buscar comida em lugares habitados, colocando a espécie em conflito com o homem. Em 2005, testemunhas afirmaram ter visto um total de cerca de 40 ursos nadando centenas de quilômetros em busca de alguma camada de gelo flutuante à qual pudessem subir. Viram-se pelo menos quatro corpos de ursos flutuando até 260 km de distância do gelo ou terra firme.

Os povos indígenas do Ártico caçam o urso por sua gordura e pele. O Canadá permite a estrangeiros caçar, desde que guiados por um inuit em seus trenós de cães. Apesar de florescente no século passado, esse tipo de atividade mostra-se estar em declínio atualmente. O interesse por tapetes de urso diminuiu, assim como seus preços. Uma pele que era vendida por 3.000 dólares atinge hoje o preço máximo de 500 dólares.

 
Um urso-polar no zoológico.

 

Atividades humanas como exploração de gás e petróleo, turismo, pesquisa científica e esportes na neve perturbam o animal em seu ambiente.

Poluição ambiental é outra ameaça. Estando no topo da cadeia alimentar, o urso-polar concentra substâncias tóxicas em seu organismo. A quantidade de metais pesados e hidrocarbonos clorados tem se mostrado em curva ascendente em amostras de tecidos.

Derramamentos de óleo também afetam os ursos-polares. O óleo é altamente tóxico e de lenta decomposição, sendo ingerido pelo animal quando este se alimenta ou executa seu asseio.

A população actual de ursos polares é estimada entre 22 000 e 27 000 indivíduos, 60% dos quais vivendo no Norte do Canadá.

Cultura e religião

 
Caçador a caiaque transportando um urso na Groenlândia.
  • Os inuit reverenciam o urso-polar, a quem chamam de nanuk, acreditando que o mesmo se deixa abater pelos caçadores em troca de ferramentas que usaria após a morte. Poeticamente também o chamam de Pihoqahiak, o eterno andarilho.
  • Os skalds, poetas nórdicos, cunhavam epítetos para os ursos como "o terror da foca", "o matador de baleias" e o "cavaleiro dos icebergs", entre outros.
  • Os lapões não pronunciam seu nome por medo de ofendê-los. Preferem chamar os ursos de "cachorro de Deus" ou "o velho de manto de pele".
  • Os Ket da Sibéria reverenciam todos os ursos e os chamam de gyp ou qoi, significando "avô" e "padrasto", respectivamente.
  • No leste da Gronelândia, ele é chamado de Tornassuk, "o mestre dos espíritos prestativos".

Cultura popular

  • As campanhas publicitárias de Natal da Coca-Cola apelam para a figura simpática de uma família de ursos-polares.
  • Matraca Trica e Fofoquinha (Breezly & Sneezly, no original em inglês), respectivamente um urso-polar e um foca, são personagens de desenho animado dos Studios Hanna-Barbera da década de 1960.
  • O mais famoso urso em cativeiro era o Knut do zoológico de Berlim, porém no dia 19 de março de 2011 morreu por causas indeterrminadas aos 4 anos de idade.
  • No seriado Lost, a Iniciativa Dharma realizava experiências com ursos polares na ilha.

Urso Panda-Gigante

 

O panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca) é um mamífero dotado de racionalidade da família dos ursídeos, endêmico da República Popular da China. O focinho curto lembrando um urso de pelúcia (peluche), a pelagem preta e branca característica e o jeito pacífico e bonachão o tornam um dos animais mais queridos pela humanidade. Extremamente dócil e tímido, dificilmente ataca o homem, a não ser quando extremamente irritado ou em estado de sonolência sonâmbula. Da xiong mao (大熊猫), o nome em chinês para o panda, significa grande urso-gato. Pode ser chamado também de huaxiong (urso de faixa), maoxiong (urso felino) ou xiongmao (gato ursino). Registros históricos de 3000 anos ("O Livro de História e o Livro de Canções", a coleção mais antiga da poesia chinesa), o mencionam sob o nome de pi e pixiu. O nome em latim Ailuropoda melanoleuca quer dizer pé de gato preto e branco. A palavra panda significa algo parecido com "comedor de bambu".

Panda-gigante
Um Panda no Ocean Park, Hong Kong
Um Panda no Ocean Park, Hong Kong
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Subfamília: Ailurinae
 
Género: Ailuropoda
 
Espécie: A. melanoleuca
 
Nome binomial
Ailuropoda melanoleuca
(David, 1869)
Distribuição geográfica
O panda-gigante vive em seis regiões montanhosas da China.
O panda-gigante vive em seis regiões montanhosas da China.

Distribuição geográfica e habitat

O panda-gigante está confinado ao centro-sul da China. Sua distribuição atual consiste em seis áreas montanhosas isoladas (Minshan, Qinling, Qionglai, Liangshan, Daxiangling, e Xiaoxiangling), nas províncias de Gansu, Shaanxi e Sichuan. O território total que a espécie ocupa é de aproximadamente 30.000 km² entre 102-108,3°E (longitude) e 28,2-34,1°N (latitude),[1] entretanto, somente 20% dessa área (5.900 km²) constitui habitat para o panda.[2]

A espécie originalmente ocorreu em mais regiões ao leste e ao sul da China, com registros fósseis indicando sua presença até o norte de Mianmar e norte do Vietnã, ao sul, e até as proximidades de Pequim, ao norte. Até 1850, o panda era encontrado no leste de Sichuan e nas províncias de Hubei e Hunan. Em 1900, foi restrito as Montanhas Qinling e outras áreas montanhosas no limite do platô tibetano. A rápida expansão da agricultura nos principais vales contribuíram para a fragmentação

Os pandas habitam as florestas temperadas montanhosas com densos bambuzais, principalmente do gênero Sinarundinaria, entre altitudes de 1.200 a 4.100 metros acima do nível do mar. A distribuição sobrepõe-se em muito a do urso-negro-asiático (Ursus thibetanus), entretanto, eles não competem entre si, pois as necessidades ecológicas das espécies são diferentes.[1]

Características

Ficha técnica[3]
Altura 65 - 70 cm
Comprimento 120 - 150 cm
Cauda ~13 cm
Peso 75 - 160 kg
Tamanho de ninhada 1 - 2
Gestação 97 - 163 dias
Desmame 8 - 9 meses
Maturidade sexual 5,5 - 6,5 anos (machos)
Longevidade 34 anos (em cativeiro)

O panda-gigante assemelhe-se aos outros ursos na aparência e proporção, mas é distinguido pela sua marcante coloração contrastante e por algumas características associadas a sua dieta. A pelagem é grossa e lanosa para suportar as baixas temperaturas no ambiente subalpino em que vive. As manchas oculares, membros, orelhas e uma faixa que atravessa os ombros são negras; alguma vezes com um tom amarronzado. O restante do corpo é branco, mas pode se tornar encardido com a idade.

O crânio e a mandíbula são robustos, a crista sagital é bem desenvolvida, e os arcos zigomáticos são expandidos lateralmente e dorsoventralmente, assim como nos demais carnívoros arctóideos. Difere dos outros ursídeos, por apresentar a fissura orbital confluente com o forame redondo, os processos pós-orbitais são reduzidos, e o canal alisfenóide é ausente. Apresenta o forame intepicondilar, uma características primitiva, somente compartilhada com o Tremarctos ornatus.[4]


 

Dieta

 
Hua Mei, filhote de panda gigante nascido no zoológico de San Diego em 2000.

 

Apesar de pertencer à ordem dos Carnívoros, o panda é um animal herbívoro, alimentando-se quase que exclusivamente de cerca de 30 espécies de bambu (99% de sua dieta). Sabe-se que o panda também utiliza insectos e ovos como fonte de proteína. É possível predar também roedores e filhotes de cervos-almiscarados. Seu sistema digestivo não é plenamente adaptado a quebrar as moléculas de celulose, contidas no bambu. Isto leva ao panda consumir cerca de 40 kg de bambu por até 14 horas. Seus dentes e mandíbulas são extremamente fortes, adaptados para triturar os colmos do bambu.

Ainda que o bambu seja rico em água (40% de seu peso, chegando a 90% no caso de brotos), o panda bebe frequentemente água de riachos ou neve derretida.

Em cativeiro sua dieta consiste em bambu, cana-de-açúcar, mingau de arroz, biscoito especial rico em fibras, cenoura, maçã e batata-doce.

Reprodução

 
Panda Gao Gao do Zoológico de San Diego

 

A época de reprodução dá-se na Primavera, quando os machos competem pela fêmea fértil. A gestação é em média de 135 dias. Normalmente nascem um ou dois filhotes. Devido à natureza frágil e delicada dos ursinhos, a mãe-panda opta por criar um único filhote. O filhote rejeitado é abandonado à morte. O desmame dá-se com um ano de idade, mas o panda já é capaz de ingerir o bambu em pequenas quantidades desde os seis meses. O intervalo entre as ninhadas é de dois anos ou mais.

Somente 10% dos pandas em cativeiro conseguem cruzar naturalmente. Apenas 30% das fêmeas engravidam. Mais de 60% dos pandas cativos não demonstram qualquer desejo sexual.

A expectativa de vida de um panda é de 13 anos. Em 2005, Basi, uma ursa panda chinesa, comemorou 25 anos de idade, que se comparam a 100 anos humanos. No mesmo ano, o panda criado em cativeiro mais velho do mundo, uma fêmea chamada Meimei, morreu aos 36, equivalentes a 108 anos humanos, no jardim zoológico da cidade de Guilin.

Conservação

A baixa taxa de natalidade, a alta taxa de mortalidade infantil e a destruição de seu ambiente natural colocam o panda sob ameaça de extinção. A caça não representa problemas devido às rígidas leis chinesas. Em 1995, um fazendeiro foi sentenciado a prisão perpétua por ter atirado em um panda. No ano seguinte, dois homens foram condenados a morte após serem presos portando peles de panda e macaco-dourado. A partir de 1997 passou-se a punir os infratores com uma pena de 20 anos de prisão.

Armadilhas para cervos-almiscarados e ursos-pretos muitas vezes acabam ferindo pandas.

O número de pandas selvagens na China está estimado em 1.596. Em 2000 contavam-se 1.114 exemplares, espalhados por territórios que têm uma superfície total de 23.000 km² nas províncias de Sichuan, Gansu e Shaanxi. Estudos em 2006, baseados em exame de DNA coletado em fezes, indicam que possam haver pelo menos 3.000 animais em liberdade. Existem 183 pandas-gigantes em cativeiro na China, 100 dos quais, estão em um centro especializado em Sichuan. Outros 20 espécimes se encontram distribuídos pelos principais zoológicos do mundo.

Evolução temporal do estado de conservação

 
Gao Gao, do zoológico de San Diego.
  • 1965 - "Muito raro mas considerando-se que o número de indivíduos será estável ou estará a aumentar" (Scott 1965)
  • 1986 - Raro (IUCN Conservation Monitoring Centre 1986)
  • 1988 - Raro (IUCN Conservation Monitoring Centre 1988)
  • 1990 - Ameaçado (IUCN 1990)
  • 1994 - Ameaçado (Groombridge 1994)
  • 1996 - Ameaçado (IUCN Bear Specialist Group 1996)

Baby boom

O ano de 2005 foi considerado um grande ano para os projetos em criação da espécie em cativeiro. 25 filhotes nascidos em zoológicos e centros de reprodução sobreviveram. Em 2004, foram 9 os filhotes sobreviventes.

Panda na cultura

o na China e que retrata a jornada de um menino órfão, Lu, e seu mais novo melhor amigo, um panda filhote chamado Pang Pang, em busca de sua mãe.

Pandas em zoológicos

 
Um dos espécimes do zoológico de Chiang Mai.

Urso Pardo

O urso-pardo (Ursus arctos) é um mamífero carnívoro da família dos ursídeos. Várias subespécies espalhadas ao redor do mundo, entre as quais estão:

Aparência

Depois do urso-polar o urso-pardo é o maior do gênero. O peso de um adulto (os machos geralmente são mais pesados do que as fêmeas) varia de 250 a 500 kg, chegando também a 3m de altura no máximo, na forma bípede. é um dos maiores animais terrestres, sendo superado apenas pelo Elefante e urso polar. A dieta influencia de forma significativa o peso; os ursos das ilhas Kodiak se alimentam de salmão e chegam em média a 500 kg, enquanto que os ursos-cinzentos, que vivem longe da costa e se alimentam basicamente de bagas, chegam apenas aos 350 kg.

O urso é um animal plantígrado, ou seja, a sola de seu pé toca totalmente o solo quando o animal se movimenta. A pelagem dos ursos-pardos varia do branco ao castanho-escuro, passando pelo dourado. A ponta dos pêlos dos ursos-cinzentos são mais claras, o que lhes dá a aparência grisalha.

Dieta

 
Urso-pardo

 

O urso-pardo é um animal omnívoro. Sua dieta abrange vários tipos de alimentos, incluindo mariposas, larvas, frutas silvestres, mel, pequenos roedores, carniça e grandes animais como cervos e alces. Normalmente, evitam a presença de seres humanos, mas, uma vez que um urso-pardo equaciona homem igual a fonte de alimento, seja se alimentando de lixo ou sendo alimentado por turistas, ele pode se tornar um animal perigoso. Animais que desenvolvem hábitos alimentares dependentes da presença humana acabam normalmente sendo mortos pelas autoridades.

Reprodução

A maturidade sexual da fêmea se dá em torno dos seis anos, permanecendo fértil até os 30 anos de idade. Os machos só se aproximam das fêmeas durante o período de acasalamento, durante o verão do hemisfério norte. O período de gestação é de 180 a 266 dias, ao fim dos quais nascem geralmente dois filhotes. Estes permanecem com a mãe de dois a três anos, antes de levarem sua vida independente.

Hábitos

O urso-pardo é um animal solitário, contudo sabe conviver pacificamente quando existe abundância de alimento. Durante o inverno, ele busca covas e cavernas para entrar em estado de letargia, que pode durar até sete meses. Durante esse período, sua temperatura corpórea cai levemente (32 a 35 °C), e sua respiração e batimentos cardíacos diminuem drasticamente de ritmo. Também não come, não urina e não defeca neste período de hibernação utilizando energia apenas de sua gordura acumulada.[1] O urso-pardo vive de 25 a 30 anos (máximo conhecido em estado selvagem é de 34 anos e em cativeiro é de 47 anos).

Em Portugal

O urso pardo, provavelmente extinguiu-se entre o século XVII e XIX embora no século XX alguns foram vistos temporariamente, vindos das serras de Espanha. Recentemente (2005) foram encontradas pegadas de urso-pardo em Peña Trevinca a apenas cerca de 20 kms de Portugal ( Parque Natural de Montesinho). Acredita-se que durante estes últimos anos, o êxodo rural, o aumento da área de carvalhal e do número de ungulados selvagens, foi favorável à expansão do urso-pardo, nesta região da Península Ibérica. Ramón Grande Del Brio refere-se a Portugal, na sua obra (1994-2000) « Informe sobre el oso pardo y las montañas Galaico-Leonesas» : «Parece inegável o perigo que representa para os ditos plantígrados uma dispersão excessiva em áreas boscosas nas províncias de León, Ourense, Zamora e possivelmente também, de alguns pontos do Norte de Portugal.» Parece então plausível colocar a possibilidade de o urso-pardo por vezes, entrar em Portugal, uma vez que um urso-pardo pode percorrer em um só dia mais de 20 kms.

Em 2010, depois de uma alteração legal, foram recolhidos três ursos-pardos que estavam a ser usados numa companhia de circo no Marco de Canaveses. Por estarem a viver em condições pouco dignas foram entregues à ADFP de Miranda do Corvo que lhes preparou casa no Parque Biológico da Serra da Lousã, distrito de Coimbra. Vão estar instalados a partir da Páscoa de 2011.

Urso Cinzento

 

O urso-cinzento (Ursus arctos) é um mamífero ursídeo, omnívoro, considerado também como subespécie (Ursus arctos horribilis). É uma variedade do urso-pardo que vive no noroeste dos Estados Unidos, nas Montanhas Rochosas, no Canadá e no Alasca, e pode atingir 3 metros de altura e 700 kg de peso. É um animal especializado em caçar em campo aberto, preferindo terrenos descampados de pradarias para capturar suas presas. Em tempos pré-históricos, o urso cinzento vivia essencialmente nas áreas polares, mas no fim da última era glacial (há aproximadamente 13 mil anos) os ursos cinzentos migraram para as áreas mais ao sul que habitam atualmente. Raramente são registrados ataques de ursos cinzentos a seres humanos.

Urso-cinzento
Ursus arctos horribilis
Ursus arctos horribilis
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Género: Ursus
 
Espécie: U. arctos
 
Nome binomial
Ursus arctos horribilis
Ord, 1815
Distribuição geográfica
Distribuição atual em roxo e original em rosa
 

Urso-de-Óculos

Como ler uma caixa taxonómicaUrso de óculos
Brillenbär.jpg
 
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Género: Tremarctos
 
Espécie: T. ornatus
 
Nome binomial
Tremarctos ornatus
 
Urso de óculos.jpg
 

O urso-de-óculos, urso-andino ou ainda urso-de-lunetas (Tremarctos ornatus) é o único urso característico da América do Sul e é considerado como uma espécie vulnerável, a mais vulnerável de todos os ursídeos, com exceção ao seu primo mais próximo, o panda gigante da República Popular da China. A pelagem do urso-de-óculos é negra e apresenta uma faixa de cor creme no focinho, pescoço e peito. A maior parte da dieta do urso-de-óculos é vegetariana, consistindo principalmente de frutos da época e de bromélias, as quais abundam nas árvores da florestas andinas, mas também cactos, brotos de bambu, milho, raízes, insetos, pequenos mamíferos e até mesmo carcaças de animais mortos (carniça). Os machos podem chegar a pesar cerca de 120 kg de peso enquanto que as fêmeas, bem menores, chegam a pesar 60 kg.

A gestação dura de 6 a 7 meses, nascendo no máximo 3 filhotes. Após o terceiro mês começam a caminhar e aos 6 acompanham a mãe nas suas deslocações. O urso-de-óculos presta cuidados parentais até ao primeiro ano das crias. São animais muito ágeis e excelentes trepadores de árvores. Como todos os ursídeos o urso-de-óculos possui um nariz extremamente aguçado, não existindo embalagens suficientemente capazes de esconder a existência de alimentos em sua presença, mesmo a longa distância, em seu habitat natural. A única maneira de evitar ser detectado pelo apurado sistema olfativo deste animal é tomando-se vantagem da direção do vento.

O urso-de-óculos é um animal solitário, com hábitos noturnos e crepusculares, que vive nas copas das árvores e que não hiberna. Esta espécie tem um comportamento extremamente dócil para com o Homem, excepto no caso de fêmeas que consideram as suas crias ameaçadas. Nestas condições já se registraram alguns acidentes graves.

Sabe-se muito pouco sobre a vida e hábitos do urso-andino até o presente momento (2006), especialmente se forem levados em conta o grande número de empreendimentos científicos dedicados ao estudo de outras espécies ursinas.

Urso Negro

 

O urso-negro (Ursus americanus) é um urso norte-americano, encontrado do Alasca ao Norte do México. Pode chegar a até 1,8 m de comprimento e 270 kg. Possui a pelagem geralmente de cor negra, chocolate ou canela. Algumas subespécies estão ameaçadas de extinção.

A aparência do urso-negro é a de um animal grande e feroz, no entanto, 70% de sua dieta consiste de material vegetal - frutos, nozes, gramíneas, raízes e seiva de árvores. Também se alimenta de carne, principalmente de camundongos e peixes. Gosta de vasculhar os depósitos de resíduos do homem.

Desde pequeno, o urso-negro tem grande habilidade para subir em árvores e montanhas. É principalmente um habitante da floresta, mas sua pelagem espessa permitiu que se dispersasse para o norte até os limites da tundra. No inverno, hiberna em uma toca, geralmente um oco sob uma árvore caída, dentro de um tronco toco ou em uma toca abandonada.

O urso-negro costuma se alimentar com frutos silvestres no outono, a fim de acumular gordura para hibernar. Logo ele procura um abrigo adequado à hibernação, durante a qual a temperatura do corpo, os batimentos cardíacos e a taxa respiratória diminuem para poupar energia.

Urso-negro
Black bear large.jpg
 
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Género: Ursus
 
Espécie: U. americanus
 
Nome binomial
Ursus americanus
Pallas, 1780

Urso-Negro-Asiático

 

O Urso-negro-asiático (Ursus thibetanus), também conhecido por urso-negro-tibetano, urso-negro-himalaio ou urso-lua, é um urso de tamanho médio, garras afiadas e pelagem negra com uma marca branca ou creme em forma de V no peito.

Subespécies:

  • Ursus thibetanus formosanus - Taiwan;
  • Ursus thibetanus gedrosianus - Irã e Paquistão;
  • Urus thibetanus japonicus - Japão;
  • Ursus thibetanus laniger - Afeganistão e China meridional;
  • Ursus thibetanus mupinensis - Sudoeste da China;
  • Ursus thibetanus thibetanus - Himalaia e Indochina;
  • Ursus thibetanus ussuricu - Sul da Sibéria, nordeste da China e península coreana.
  • Ursus thibetanus kurteni Cregut-Bonnoure, 1997 - Plistoceno Médio, Caverna de Cèdres, França † ;
  • Ursus thibetanus mediterraneus Major , 1873 - Plistoceno Médio, Caverna Reale, Itália; Bolomor, Espanha † ;
  • Ursus thibetanus vireti Plistoceno Médio, Cregut-Bonnoure, Bruges, França † ;
  • Ursus thibetanus stehlini - Pleistoceno † .

 

Urso-negro-asiático
Kragenbär.jpg
 
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Género: Ursus
 
Espécie: U. thibetanus
 
Nome binomial
Ursus thibetanus
G. Cuvier, 1823
Distribuição geográfica
Distribuição do U. thibetanus
Distribuição do U. thibetanus

Urso Beiçudo

 

O urso-beiçudo (Melursus ursinus) é um animal noctivago que habita as florestas da Índia, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka. É a única espécie do género Melursus.

Urso-beiçudo
Urso-beiçudo num zoo de Washington
Urso-beiçudo num zoo de Washington
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Género: Melursus
 
Espécie: M. ursinus
 
Nome binomial
Melursus ursinus
(Shaw, 1791)
Subspécies

Melursus ursinus inornatus
Melursus ursinus ursinus

Sinónimos
  • Melursus lybius Meyer, 1793
  • Bradypus ursinus Shaw, 1791

Descrição

O corpo do urso-beiçudo está coberto por pelo longo e felpudo que vai de castanho-avermelhado a preto e possui um "V" característico da espécie no peito a amarelo.

Dieta

O urso-beiçudo come principalmente formigas e térmitas mas também se alimenta de mel, ovos, pássaros, plantas, tubérculos, frutos e carne.

Na cultura popular

Urso Malaio

 

O urso-malaio (Helarctos malayanus) é um urso do Sudeste asiático. Possui até 1,4 m de comprimento e pelagem curta e negra. É o menor dos ursos. Também é conhecido pelo nome de urso-dos-coqueiros. Tendo a habilidade de ser bom alpinista, ele utiliza a língua comprida e suas garras para apanhar frutas e mel.

Urso-malaio
Sun Bear.jpg
 
Classificação científica
Reino: Animalia
 
Filo: Chordata
 
Classe: Mammalia
 
Ordem: Carnivora
 
Família: Ursidae
 
Género: Ursus
 
Espécie: U. malayanus
 
Nome binomial
Ursus malayanus
Raffles (1821)

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